Gonadotrofina coriônica
humana (HCG): é um hormônio glicoproteíco, secretado desde o início
da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação
(implantação) do blastocisto (*). A principal função
fisiológica deste hormônio é a de manter o corpo lúteo, de modo que as
taxas de progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a
manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de
nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já
formada e madura produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio
acentuado na concentração de HCG e involução do corpo lúteo.
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O HCG também concede uma imunossupressão à mulher,
para que ela não rejeite o embrião (inibe a produção de
anticorpos pelos linfócitos); tem atividade tireotrófica e também
estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal
(estimula as células de Leydig a produzirem maior quantidade de
androgênios), importante para a diferenciação sexual do feto do
sexo masculino.
(*) O blastocisto é um estágio inicial
do desenvolvimento embrionário, formado por uma camada de células
denominada trofoblasto ou células trofobláticas que envolve o botão
embrionário. Após a nidação o trofoblasto forma projeções na
mucosa uterina chamadas vilosidades coriônicas, principais responsáveis
pela produção de HCG.
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Hormônio lactogênio
placentário humano: é um hormônio protéico, de estrutura química
semelhante à da prolactina e da
somatotrofina hipofisária. É encontrado no plasma da gestante a partir
da 4ª semana de gestação. Tem efeito lipolítico, aumenta a resistência
materna à ação da insulina e estimula
o pâncreas na secreção de insulina, ajudando no crescimento fetal, pois
proporciona maior quantidade de glicose e de nutrientes para o feto em
desenvolvimento.
Hormônio melanotrófico: atua
nos melanócitos para liberação de melanina, aumentando a pigmentação
da aréola, abdomên e face.
Aldosterona:
mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula a eliminação
do mesmo, e a aldosterona promove sua reabsorção.
Progesterona:
relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para não
ter a expulsão do feto. Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não
estiver bem desenvolvido, poderá ocorrer um aborto natural ou o
blastocisto se implantar (nidação) além do endométrio. Este hormônio
é importante para o equilíbrio hidro-eletrolítico, além de estimular o
centro respiratório no cérebro, fazendo com que aumente a ventilação,
e conseqüentemente, fazendo com que a mãe mande mais oxigênio para o
feto. Complementa os efeitos do estrogênio nas mamas, promovendo o
crescimento dos elementos glandulares, o desenvolvimento do epitélio
secretor e a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo
que, quando a produção de leite for solicitada a matéria-prima já
esteja presente.
Estrogênio:
promove rápida proliferação da musculatura uterina; grande
desenvolvimento do sistema vascular do útero; aumento dos órgãos
sexuais externos e da abertura vaginal, proporcionando uma via mais ampla
para o parto; rápido aumento das mamas; contribui ainda para a manutenção
hídrica e aumenta a circulação. Dividido
em estradiol e estrona - que estão na corrente materna; e estriol
- que está na corrente fetal, é medido para avaliar a função
feto-placentária e o bem estar fetal.
A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas
tornando-as fortes e coordenadas, até completar-se o parto.
Quando
inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina.
Estes receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez.
Quando a ocitocina se liga a eles, causa a contração do músculo liso
uterino e também, estimulação da produção de prostaglandinas, pelo útero,
que ativará o músculo liso uterino.
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Imagens: www.embarazada.com
O parto
depende tanto da secreção de ocitocina quanto da produção das
prostaglandinas, porque sem estas, não haverá a adequada dilatação do
colo do útero e conseqüentemente, o parto não irá progredir
normalmente. Não são bem conhecidos os fatores desencadeantes do
trabalho de parto, mas sabe-se que, quando o hipotálamo do feto alcança
certo grau de maturação, estimula a hipófise fetal a liberar ACTH.
Agindo sobre a adrenal do feto, esse hormônio aumenta a secreção de
cortisol e outros hormônios, que estimulam a placenta a secretar
prostaglandinas. Estas promovem contrações da musculatura lisa do útero.
Ainda não se sabe o que impede o parto prematuro, uma vez que nas fases
finais da gravidez, há uma elevação do nível de ocitocina e de seus
receptores, o que poderia ocasionar o início do trabalho de parto, antes
do fim total da gravidez. Existem possíveis fatores inibitórios do
trabalho de parto, como a proporção estrogênio/progesterona e o nível
de relaxina, hormônio produzido pelo corpo lúteo do ovário e pela
placenta.
A
progesterona mantém seus níveis elevados durante toda a gravidez,
inibindo o músculo liso uterino e bloqueando sua resposta a ocitocina e
as prostaglandinas. O estrogênio aumenta o grau de contratilidade
uterina. Na última etapa da gestação, o estrogênio tende a aumentar
mais que a progesterona, o que faz com que o útero consiga ter uma
contratilidade maior.
A
relaxina aumenta o número de receptores para a ocitocina, além de
produzir um ligeiro amolecimento das articulações pélvicas (articulações
da bacia) e das suas cápsulas articulares, dando-lhes a flexibilidade
necessária para o parto (por provocar remodelamento do tecido conjuntivo,
afrouxa a união entre os ossos da bacia e alarga o canal de passagem do
feto). Tem ação importante no útero para que ele se distenda, a medida
em que o bebê cresce. O nível de relaxina aumenta ao máximo antes do
parto e depois cai rapidamente.
Ainda
não se conhecem os fatores que realmente interferem no trabalho de parto,
mas uma vez que ele tenha iniciado, há um aumento no nível de ocitocina,
elevando muito sua secreção, o que continua até a expulsão do feto.
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O
início da lactação se dá com a produção de leite, que ocorre
nos alvéolos das glândulas mamárias. O leite sai dos alvéolos e
caminha até o mamilo através dos seios lactíferos.
O
estrogênio, associado aos hormônios da tireóide, aos corticosteróides
adrenais e a insulina, promovem o desenvolvimento das mamas. Este
desenvolvimento vai ser acentuado pela ação da progesterona, que
também estimula a proliferação dos dutos.
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Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos
e dos dutos para a lactação. Isto ocorre devido à ação dos hormônios
progesterona e estrogênio. O lactogênio placentário e a prolactina também
são muito importantes na preparação das mamas.
A
prolactina começa a ser produzida ainda na puberdade, mas em pequena
quantidade. O surto deste hormônio acontece em decorrência da gravidez,
e é aumentado, gradativamente, durante a amamentação. Tal hormônio é
responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos mamários.
O lactogênio placentário age como a prolactina, desenvolvendo os alvéolos.
Estes
dois hormônios estão presentes durante toda a gravidez, porém suas
quantidades não são aumentadas, devido a inibição causada pelos altos
níveis de progesterona e estrogênio. Ao final do trabalho de parto, há
uma queda nos níveis destes dois últimos hormônios, ocasionando um
aumento nas quantidades de prolactina e lactogênio placentário, o que
possibilita o início da produção de leite. Enquanto houver a sucção
do mamilo pelo bebê, a prolactina continuará produzindo
leite. Isto acontece porque quando o bebê faz esta sucção nos mamilos,
estimula o hipotálamo a secretar o fator liberador da prolactina,
mantendo seus níveis e, conseqüentemente, a produção de leite. A
produção de leite só irá diminuir ou cessar completamente se a mãe não
amamentar seu filho, pois neste caso, não haverá mais a estimulação
decorrente da sucção do mamilo. A sucção do mamilo também estimulará
a hipófise posterior, que irá secretar ocitocina. Este hormônio é o
responsável pela ejeção do leite. Tal mecanismo ocorre porque a
ocitocina contrai os músculos ao redor dos alvéolos, fazendo com que o
leite caminhe até o mamilo. O leite só começa a ser produzido depois do
primeiro dia do nascimento. Até este período, haverá a secreção e
liberação do colostro, que é um líquido aquoso, de cor amarelada, que
contém anticorpos maternos.
Glândula
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Hormônio
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Órgão-alvo
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Principais ações
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Hipófise
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FSH
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ovário
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estimula o desenvolvimento do folículo, a secreção de estrógeno
e a ovulação
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LH
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ovário
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estimula a ovulação e o desenvolvimento do corpo amarelo.
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Prolactina
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mamas
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estimula a produção de leite (após a estimulação prévia das
glândulas mamárias por estrógeno e progesterona).
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Ocitocina
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Útero
e mamas
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- secretado em quantidades moderadas durante a última fase da
gravidez e em grande quantidade durante o parto. Promove a contração
do útero para a expulsão da criança.
- promove a ejeção do leite durante a amamentação
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Ovário
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Estrógeno
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diversos
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crescimento do corpo e
dos órgãos sexuais; estimula o desenvolvimento das características sexuais secundárias.
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hipófise
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inibe a produção de FSH
e estimula a produção de LH
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Sistema
Reprodutor
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estimula a maturação dos órgãos reprodutores e do endométrio,
preparando o útero para a gravidez
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Progesterona
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hipófise
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inibe a produção de LH
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útero
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completa a regeneração da mucosa uterina, estimula a
secreção
das glândulas endometriais e mantém o útero preparado
para a gravidez.
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mamas
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estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias para secreção láctea.
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Placenta
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HGC
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corpo lúteo
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estimula a produção de progesterona e estrógeno;
inibe a menstruação e nova ovulação.
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