O objetivo deste blog, é dar suporte aos alunos da Escola Estadual Técnica em Saúde, no Hospital de Clínicas – ETS. Assim como, a todos aqueles interessados em Ciências da Saúde e Ciências Biológicas.
sábado, 26 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
MUSCULATURA LISA E CARDÍACA
Musculatura
Lisa
A estriação
não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos
lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de
fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares
esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons.
Têm, além disso, um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou
seja, sua contração é involuntária, além de lenta. As fibras lisas
recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do
sistema nervoso autônomo.
Embora
a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração
intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos
estriados. Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio
armazenados no retículo sarcoplasmático são então liberados para o
citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa
uma enzima que fosforila a miosina e permite que ela se ligue à actina. A
actina e a miosina interagem então praticamente da mesma forma que nos músculos
estriados, resultando então na contração muscular.
O tecido
muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de
apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente
da nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas,
intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular
As
fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em
feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum,
de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico
podemos notar que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de
delgadas membranas celulares, formando os chamados discos intercalares,
típicos da musculatura cardíaca.
A contração
muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no músculo
estriado esquelético , com algumas diferenças :
- os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético;
- retículo sarcoplasmático menor;
- as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons cálcio mais limitada;
- tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de volta para o retículo.
Características
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Lisa
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Estriada
Esquelética
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Estriada
Cardíaca
|
Forma
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Fusiforme
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Filamentar
|
Filamentar
ramificada
(anastomosada) |
Tamanho (valores médios)
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Diâmetro: 7mm Comprimento: 100mm
|
30mm centímetros
|
15mm 100mm
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Estrias
transversais
|
Não
há
|
Há
|
Há
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Núcleo
|
1
central
|
Muitos
periféricos (sincício)
|
1 central
|
Discos intercalares
|
Não há
|
Não há
|
Há
|
Contração
|
Lenta, involuntária
|
Rápida,
voluntária
|
Rápida,
voluntária
|
Apresentação
|
Formam
camadas envolvendo órgãos
|
Formam
pacotes bem definidos, os músculos esqueléticos
|
Formam
as paredes do coração (miocárdio
|
SISTEMA MUSCULAR
SISTEMA MUSCULAR
O tecido
muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade
de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação
dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido
muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos
internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho
excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado
pelo sistema nervoso vegetativo.
|
|
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso
central e, como este se encontra em parte sob controle consciente,
chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo esquelético
permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.
|
|
Músculo cardíaco:
este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos
vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É
inervado pelo sistema nervoso vegetativo.
|
Estriado
esquelético
Miócitos
longos, multinucleados (núcleos
periféricos).
Miofilamentos organizam-se em estrias longitudinais
e transversais.
Contração rápida e
voluntária
|
Estriado
cardíaco
Miócitos
estriados com um ou dois núcleos centrais.
Células alongadas,
irregularmente ramificadas, que se unem por estruturas especiais: discos
intercalares.
Contração involuntária, vigorosa e rítmica.
|
Liso
Miócitos
alongados, mononucleados e sem estrias transversais.
Contração
involuntária e lenta.
|
O sistema
muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo,
formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura
recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável
pela movimentação corporal.
Os
músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de
tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior
do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O
músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários).
O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio,
manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que
envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula
cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro
é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro),
tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos,
de modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células
que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que
um músculo esquelético é um pacote
formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No
citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis,
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas
– a actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina
dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias
(faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa
estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos,
os quais são por isso chamados músculos estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética
situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático
liso), especializado no armazenamento de íons cálcio.
As miofibrilas são constituídas por unidades
que se repetem ao longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros.
A distribuição dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero.
As faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda I,
contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe uma linha
que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde
a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais
escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por
filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma
região mediana mais clara – a banda H – que contém apenas
miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas linhas Z
consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a
menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.
1- Bandas
escuras (anisotrópicas – banda A).
2-
Faixas claras (isotrópicas – banda I, com linha Z central).
3-
Núcleos periféricos.
|
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de
actina sobre os de miosina c sarcômero diminui devido
à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
A contração
do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos
filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de
miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com
certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado.
Essas projeções de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a
deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das
miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o
sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
Constatou-se,
através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana
plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi
denominada sistema T, pois as invaginações são perpendiculares
as miofibrilas. Esse sistema é responsável pela contração uniforme de
cada fibra muscular estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas
e sendo reduzido nas fibras cardíacas.
O
estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso,
que chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso
propaga-se pela membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo
sarcoplasmático, fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado
no hialoplasma. Ao entrar em contato com as miofibrilas, o cálcio
desbloqueia os sítios de ligação da actina e permite que esta se ligue
à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que cessa o estímulo,
o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo
sarcoplasmático, o que faz cessar a contração.
A
energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP
produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação
da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o
relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à
actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte,
produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).
A quantidade de
ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir apenas alguns
segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de energia
nas células musculares é uma substância denominada fosfato de
creatina (fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa
forma, podemos resumir que a energia é inicialmente fornecida pela respiração celular é
armazenada como fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP.
Quando a fibra muscular necessita de energia para
manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos
da fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho
muscular é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e
de fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso
utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares como
combustível.
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo
nervoso, a fibra muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos:
1.
O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam
íons Ca++ e Mg++ para
o citoplasma.
2. Em presença desses
dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP ásica,
isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um
radical fosfato:
3. A energia
liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos
de miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas.
TECIDO CARTILAGINOSO
O TECIDO CARTILAGINOSO
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de
consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles,
reveste superfícies articulares onde absorve choques, facilita os
deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos ossos
longos. A cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo composto
exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz
extracelular altamente especializada.
É
um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido
sinovial das cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos
atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido
cartilaginoso também é desprovido de vasos linfáticos e de nervos.
Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto para a difusão de
substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo circundante
e os condrócitos. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são
chamadas lacunas; uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos. A matriz
extracelular da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma
flexibilidade, sendo responsável pelas suas propriedades elásticas. As
propriedades do tecido cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico,
dependem da estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno
mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas
(proteína + glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis,
a consistência firme das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas
entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à grande
quantidade de moléculas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água
de solvatação) que conferem turgidez à matriz.
As
cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são
envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio,
o qual continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o
conjuntivo adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em
três tipos distintos: 1) cartilagem hialina; 2) fibrocartilagem ou
cartilagem fibrosa; 3) cartilagem elástica.
Cartilagem hialina
|
Distingue-se
pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e amorfa (figura ao
lado). Por toda cartilagem há espaços, chamados lacunas, no interior das
lacunas encontram-se condrócitos. Essas lacunas são circundadas pela
matriz, a qual tem dois componentes: fibrilas de colágeno e matriz
fundamental
|
Essa
cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos
que se desenvolverão a partir do processo de ossificação endocondral. Durante o desenvolvimento ósseo
endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa de crescimento
epifisário e essa placa continua funcional enquanto o osso estiver
crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina
está presente somente na superfície articular. No adulto, também está
presente como unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na
laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais).
Pericôndrio: a cartilagem
hialina geralmente é circundada por um tecido conjuntivo firmemente
aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está presente nos
locais em que a cartilagem forma uma superfície livre, como nas cavidades
articulares e nos locais em que ela entra em contato direto com o osso.
Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem
também a função de nutrição, oxigenação, além de ser fonte de
novas células cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na parte
mais superficial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é mais
rico em células.
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato
de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um
aumento de volume e morte das células. A matriz da cartilagem hialina
sofre calcificação regularmente em três situações bem definidas: 1) a
porção da cartilagem articular que está em contato com o osso é
calcificada; 2) a calcificação sempre ocorre nas cartilagens que estão
para ser substituídas por osso durante o período de crescimento do indivíduo;
3) a cartilagem hialina de todo o corpo se calcifica como parte do
processo de envelhecimento.
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com
dificuldade e, freqüentemente, de modo incompleto, salvo em crianças de
pouca idade. No adulto, a regeneração se dá pela atividade do pericôndrio.
Havendo fratura de uma peça cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio
invadem a área da fratura e dão origem a tecido cartilaginoso que repara
a lesão. Quando a área destruída é extensa, ou mesmo, algumas vezes,
em lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido
cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso.
Cartilagem elástica
Esta
é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e lâminas de
material elástico, além das fibrilas de colágeno e da substância
fundamental. O material elástico confere maior elasticidade à
cartilagem, como a que se pode ver no pavilhão da orelha. A presença
desse material elástico (elastina) confere a esse tipo de cartilagem uma
cor amarelada, quando examinado a fresco. A cartilagem elástica pode
estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa junto com a
cartilagem hialina. Como a cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio
e cresce principalmente por aposição. A cartilagem elástica é menos
sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode ser
encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo externo,
na tuba auditiva e na laringe. Em todos estes locais há pericôndrio
circundante. Diferentemente da cartilagem hialina, a cartilagem elástica
não se calcifica.
Fibrocartilagem
ou Cartilagem fibrosa
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características
intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma
forma de cartilagem na qual a matriz contém feixes evidentes de espessas
fibras colágenas. Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas
constituem feixes, que seguem uma orientação aparentemente irregular
entre os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em
fileiras. Essa orientação depende das forças que atuam sobre a
fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se paralelamente às trações
exercidas sobre eles. Na fibrocartilagem não existe pericôndrio. A
fibrocartilagem está caracteristicamente presente nos discos
intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares das articulações
dos joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos ossos.
Geralmente, a presença de fibrocartilagem indica que naquele local o
tecido precisa resistir à compressão e ao desgaste.
Crescimento
A
cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial.
Crescimento aposicional é a formação de cartilagem sobre a
superfície de uma cartilagem já existente. As células empenhadas nesse
tipo de crescimento derivam do pericôndrio. O crescimento intersticial
ocorre no interior da massa cartilaginosa. Isso é possível porque os
condrócitos ainda são capazes de se dividir e porque a matriz é distensível.
Embora as células-filhas
ocupem temporariamente a mesma lacuna, separam-se quando secretam nova
matriz extracelular. Quando parte desta última matriz é secretada,
forma-se uma divisão entre as células e, neste ponto, cada célula ocupa
sua própria lacuna. Com a continuidade da secreção da matriz, as células
ficam ainda mais separadas entre si.
Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüentemente
estão situados em grupos compactos ou podem estar alinhados em fileiras.
Esses grupos de condrócitos são formados como conseqüência de várias
divisões sucessivas durante a última fase de desenvolvimento. Há pouca
produção de matriz adicional e os condrócitos permanecem em íntima
aposição. Tais grupos são chamados de grupos isógenos.
O TECIDO ÓSSEO
O TECIDO ÓSSEO
O
tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão.
Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à
sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos,
aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela
contração do tecido muscular.
Os
ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons
de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai
se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que
ali existia previamente.
A
extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o
componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células
que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo,
destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
- Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea.
- Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
- Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.
- Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).
A
classificação baseada no critério histológico admite apenas duas
variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido
ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o
mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si
apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços
medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medulares mais
amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao
tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços
medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de
canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de
Volkmann
e canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os
ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna
ou externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo
maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers,
que percorrem o osso longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções
laterais. Ao redor de cada canal de Havers, pode-se observar várias
lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas.
Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas
concêntricas é denominado sistema de Havers ou sistema
haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.
Tecido
ósseo compacto
Tecido
ósseo esponjoso
|
Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes
dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e
internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e
internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo,
respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células
transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e
oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o
crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões
articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura
inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade
de regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
4 vermelha:
formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou
hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras
reticulares.
4 amarela: constituída
por tecido adiposo (não produz células do sangue).
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no
adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno,
costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero
(ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur
e no úmero transforma-se em amarela.
SISTEMA ESQUELÉTICO
SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO
SISTEMA ESQUELÉTICO
Imagem:
AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna,
1997.
|
Além de dar
sustentação ao corpo, o esqueleto
protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio para a
fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208
ossos no indivíduo adulto) e
cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas
movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial:
formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular:
compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas;
cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o
esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou
posteriores).
|
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos
importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal,
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar
superior e mandíbula (maxilar inferior).
Imagem:
AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna,
1997.
Observações:
Primeiro - no
osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca onde se
encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a
hipófise, no centro geométrico do crânio.
Segundo - Fontanela
ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança,
que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento,
será substituída por osso.
1.2-Coluna
vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada
uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula
nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna
cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna
sacral, coluna cocciciana (coccix).
|
|
1.3-Caixa
torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e
costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras
verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e
depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores
livres, não se fixando ao esterno).
2-1-
Membros e cinturas articulares
Cada
membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do
braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do
antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos
pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos
e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O
osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se
articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula.
A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular:
a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos,
formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos
e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os
membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome
de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura
torácica ou escapular (formada pela clavícula
e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura
pélvica, popularmente conhecida como bacia
(constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de
cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix,
formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A
primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao
fêmur e a toda a perna.
Junta é
o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do
crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em
outras juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e
permitem ao esqueleto realizar movimentos.
Os ossos de uma
articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões
resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
A - Longos: têm
duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a
diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por
tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido
ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.
Imagem:
AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma
abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna,
1997, com adaptações
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são
encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo
esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
C - Planos ou Chatos: são formados por
duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de
tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do
crânio, ossos da bacia, escápula.
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o
periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também
pela consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies
articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise
encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal
disco é chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável
pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido
pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito
de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local
de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é
popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de
tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos
longos, a medula óssea vermelha é
encontrada principalmente nas epífises.
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